segunda-feira, 12 de novembro de 2012

With love from Firenze - part.III




















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Último dia em Firenze! Despachem-se meninas! Temos de aproveitar tudo até ao último segundo!!
Mal nos vestimos e tomámos o pequeno-almoço saímos para a rua com pressa para ver tudo o que nos faltava!

Foi uma corrida aos Frescos da vida de S. Pedro, à Cattedrale di S. Maria del Fiore e ainda tivemos tempo de dar uma voltinha pela feira local, que tinha coisas giríssimas e nada caras. Comprei um lenço que acho lindo! Depois digam-me a vossa opinião.

À hora do almoço, voltámos a encontrar-nos com a Raquel e a Helena, que tinham ido visitar o Palácio Pitti. O resto da tarde foi passada a dar uma última volta pela cidade e terminou na Galleria dell’ Accademia, onde pudemos ver a celebre estátua de David, da criação de Michelangelo, entre outras tantas esculturas lindíssimas.

Ao sairmos do museu pensámos para nós próprias: “Que bela forma de terminar a viagem”. Contudo, mal sabíamos o que nos esperava.

Seguimos até ao hostel para pagar tudo o que faltava e jantar antes de apanharmos o comboio. Ficámos um pouco na conversa com a rapariga encarregue do hostel (muito simpática) e no final, pegámos nas mochilas, pusemo-las às costas e despedimo-nos da nossa “casa florentina”.

Chegadas à estação, sentámo-nos e esperámos para que aparecesse o número do terminal do nosso comboio. Esperámos, esperámos e nada. Já estava em cima da hora quando fomos verificar de novo os nossos bilhetes… Oh não!! Nem queríamos acreditar no que víamos! Infelizmente, com tanta correria, enganámo-nos na hora do comboio que já tinha partido há mais de uma hora da estação. Drama!!

Levantei-me a correr e fui falar com um senhor da estação. Este informou-me de que já não haviam mais comboios para Milão naquela noite e que teríamos de esperar para apanhar o primeiro da manhã seguinte.
Ora portanto, um resumo de tudo: Não tínhamos comboio, estávamos sem dinheiro extra, nem sítio onde dormir e carregadas com as mochilas às costas… Ponto da situação: Nada positivo. Plano de salvamento: Macdonald’s 24horas!

Pois é como vos digo. As meninas coma cabeça na lua, foram abrigar-se do frio e dos bandidos de Florença dentro de um Macdonald’s. Eu sei, é triste, mas foi a única solução.

Sentámo-nos sem consumir e, quando íamos quase todas adormecendo, chegou o segurança que nos avisou de que não podíamos dormir ali. Meteram música aos altos berros para nos manter a todas bem acordas, mas não resultou com as tugas. Íamos portanto dormindo à vez e, sempre que o segurança voltava para se certificar de que tudo estava bem, acordávamos todas e sorríamos. Lindas meninas!

Contudo, com o decorrer da noite o cansaço levou a melhor sobre nós e, por volta das 3h30, fomos “convidadas” a sair do estabelecimento.

Ocupámos então posição na frente da estação de metro, que abria dali a uma hora, acompanhadas de mais uns quantos mendigos que esperavam (tal como nós) um sítio quente onde se abrigarem.

Finalmente abriam-se as portas e pudemos sentar-nos nos bancos da estação. Conseguimos dormir talvez uma hora, mas o frio abateu-se sobre nós e batemos em retirada, regressando ao nosso antigo posto: o Macdonald’s.

Assim que entrámos o segurança percebeu o nosso desespero e não voltou a chatear-nos. Sentei-me numa cadeira do canto e em poucos segundos adormeci sobre a mesa. Lembro-me só então de acordar com a Marisa a dizer-me “Vamos Filipa, acorda. Temos de ir apanhar o comboio”. Ala que se faz tarde! Pus-me de pé e dirigimo-nos à estação.

Entretanto, conduzimo-nos até ao posto de informação para trocar os bilhetes. Infelizmente os mesmos não podiam ser trocados e por isso teríamos de pagar uma nova viagem, no valor da cómoda quantia de 71 euros. “Say what??”. Caiu-nos o queixo a todas e nem por um segundo nos passou pela cabeça pagar por um novo bilhete. Metemo-nos à socapa dentro do comboio e começámos a rezar para que o famoso “pica” não aparecesse. Claro que não tivemos essa sorte e, passados 5 minutos do comboio iniciar a marcha, eis que entra pela porta o nosso amigo, pronto a multar-nos pela nossa delinquência.

Saltámos para fora dos nossos lugares e enfiámo-nos na casa de banho. Ele estava perto! Trancámos tudo, apertámo-nos e mantivemo-nos quietinhas e sossegadas… durante a 1h30 que se seguiu!

É verdade. Estávamos com tanto medo de ser apanhadas que passámos a viagem inteira dentro do pequeno espaço reservado à casa de banho. Adormecemos em pé e eu, que sou toda esquisita com os germes que por aí divagam, passei todo este tempo a chafurdar na falta de higiene das parede e portas daquele lugar.

Quando de repente se ouviu “Milano Centrale”, quase chorámos de alegria. Abrimos a porta e deixámos tudo a olhar. Três meninas a saírem da casa de banho do comboio… Hum… Enfim, não me vou alongar mais com esta história.

Chegámos a casa, mortas! Foi tomar banho, enfiar tudo na máquina de lavar e deitar na cama. Acordámos nesse dia por volta das 17h00 e passámos o resto da noite a rir da situação.

E assim foi, em suma, mais uma história para contar aos netinhos quando formos mais velhas.


With love from Firenze 

2 comentários:

  1. so tu! sempre cheia de sorte. aposto que se fosse a rita encontrava no chão um bilhete de primeira classe e como bem a conhecemos ainda lhe ofereciam comida no McDonalds!

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  2. ahah claro claro, se fosse a Rita de certeza que apareceria ali um comboio inesperado que chegou atrasado ao destino e que partia rumo a Milão precisamente àquela hora. Ah, já agora, estavam a fazer uma prova de comida dentro desse mesmo comboio e pediam à Rita que desse o seu parecer. Chegaria a tempo e horas a Milão com a barriguinha cheia.
    Enfim. Há pessoas com muita sorte!

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